segunda-feira, 19 de outubro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Em breve no papel
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De minha infância, tenho flashes vagos e imprecisos. Filho de botafoguense, tive o decisivo encaminhamento paterno para torcer pelo clube – influenciado por outra referência fundamental para um garoto: meu melhor amigo de pequeno também torcia para o Botafogo. A soma destes dois fatores explicaria satisfatoriamente minha opção, mas seria simplificar a decisão e até mesmo desprestigiar esta complexa escolha.
O Botafogo é o time do Rio fundado por garotos. Diz uma das poucas sábias sabedorias populares que anjos protegem as crianças. Protegeram, abençoaram e se apegaram. Instalaram-se também. Onde vivem os anjos que se não nas estrelas - estrelas solitárias inexploráveis universos a fora?
Jamais os anjos-da-guarda abandonaram sua acolhedora paixão. Às vezes adormecem, mas esporadicamente ressurgem, deixando no ar a certeza reticente de sua existência, apresentando a seus mortais-guardados o súbito prazer, o clímax da alegria de torcer para uma paixão que escolhe corações, brilhantemente raros e preciosos.
Fui escolhido. Injetado de confiança, com pouquíssimos meses de vida, fiz do Botafogo campeão carioca em 1989, no primeiro torneio que entrou para disputar após meu nascimento. Em 1995, tive a dimensão desta paixão, quando vi meu pai chorando com o título do Campeonato Brasileiro. Em 2002 vivi os momentos mais intensos (e tristes, como não podia deixar de ser).
Assim somos. Sofremos por natureza. O botafoguense há de ser triste. E a tristeza é condição essencial para a felicidade. O mais doloroso e interminável sofrimento é o que nos garante a mais absoluta alegria. Seja no minuto seguinte ou no ano seguinte, como veio em 2003. Hoje, simplesmente aguardo os dias melhores, com a certeza de que virão sem demorar outros 21 anos, mas com a aflição da imprevisibilidade característica.
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Gabriel Barreira por Gabriel Barreira (e não precisei ir à Xuxa para isso:)
Gabriel Góes Barreira (20 anos) é aluno de Comunicação Social da PUC-Rio. Estudou também no Colégio São Vicente de Paulo e, apesar das referências católicas (tanto no texto quando acadêmicas), é, justamente por certo repúdio ao jesuitismo, agnóstico. Botafoguense é, portanto, inevitavelmente contraditório. Como futuro jornalista (provavelmente esportivo), distante dos conhecimentos da própria mente, busca respostas numa ciência mais rebuscada que as óbvias-clássicas, mas lhe escapam (por ignorância) as menos evidentes.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Crônica de um almoço
Por uma questão de paladar preteri o restaurante "Gourmet", onde o bife lembra imagens do Google Map e, por uma questão de economia, escolhi o "Na Medida". Pedi o mais barato: quiche com salada. Feito o sacrifício, não pediria um refrigerante: mate, por favor. Limão ou Natural? Natural, afinal teria menos corante e seria mais... natural. Natural só diet, amigo. Tudo bem... Diet.
Levei minha bandeja e comecei a comer de pé, encostado numa lixeira redonda. Como a mochila pesou, resolvi sentar. Sozinho. Durante os primeiros minutos devorei considerável parte do conteúdo do prato. Já ligeiramente satisfeito e acusando os primeiros sinais de cansaço, graças a aceleração metabólica, diminuí o ritmo. Passei a comer observando a movimentação de pessoas, sem pressa, o que facilitava o tráfego no percurso digestivo.
Quatro meninas chegam juntas para comer num dos restaurantes ao redor. Têm a mesma dúvida que sempre me assola: o que pedir? Eu poderia morrer de fome - por indecisão - se colocassem três pratos variados à minha frente.
Conversam ainda incertas. Se aproximam de mim, perto da bancada do restaurante, e me olham. Fosse apenas uma, seria atípico. Quatro, era inédito. Mas o que me chamava a atenção, principalmente, eram os olhares despreocupados mesmo que eu os respondesse de forma interrogativa. De mulheres desconhecidas só conhecia olhares de volúpia ou, sobretudo, rejeição, mas os delas quatro não correspondiam a nenhuma destas categorias.
Me certifiquei de que tinha todas as peças de roupa e não babava. Abaixei a cabeça para me observar e tentar desvendar o que viam. Quiche. Salada. Mate Diet. Eu, sozinho, no "Na Medida" e - crucial, - de camisa rosa, quase um pijama, gola em "V".
Elas estavam apenas decidindo seus pratos. E pediriam o mesmo da bichinha 'pink'.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Boa, Zeca!
Funeral de Michael Jackson
Televisionado, com shows, choro, histeria. Era absurdo, imenso, tudo bem, mas transcorreu numa boa, sem apelar para o sensacionalismo e todos os comentaristas que faziam a cobertura concordaram com isso. Estavam Sandra de Sá, um âncora grisalho, um DJ desconhecido, uma senhora calada e o grande Zeca Camargo.
Apareceu a linda filhinha do Michael Jackson (de olhos azuis, 100% ariana, comprovando que quando o astro era garoto fazia bronzeamento artificial e depois sua cor natural foi reestabelecida)... o show-adeus se encaminhava para o fim. Todos se despedem. A palavra final fica para Zeca Camargo. Todos já deram seu tchau, 'foi muito bom, 'surpreendente'.
Vai, Zeca!
"Até a próxima", dispara o apresentador do Fantástico.
Que morra o próximo!
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Não acredite em tudo que ler
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Os cinco minutos finais de um jogo do Brasil
São mais de 17 horas. Brasil e África do Sul se enfrentam pela Copa das Confederações. Quase 40 minutos do segundo tempo. Dezenas de jovens se acomodam em pé de frente para os televisores, se esquivando das cabeças às suas frentes que lhe tampam a visão perfeita (dentro do possível, tratando-se de uma TV de 14 polegadas e com ruídos de imagem).
Ao entorno dos quiosques passam transeuntes - principalmente funcionários e estudantes. Este é o principal caminho de entrada e saída dos pontíficies universitários e trabalhadores.
Uma dupla de amigos cumpre o tradicional trajeto, seguindo caminho para a aula. Um propõe:
- Vamos ver o finalzinho do jogo.
O outro, responsável, refuta a possibilidade.
- Não dá. O jogo vai acabar indo para a prorrogação - afirma temendo perder mais tempo.
A resposta despreocupada mostra um padrão comum.
- Que isso, cara. Pelo menos a gente vê os pênaltis.
Não veêm. Prosseguem.
Compenetrados, os vendedores de salgados se limitam ao papel de telespectadores dentro de seus próprios comércios. Naquele instante, poucos e pouco vendem. Um deles só se movimenta para tirar a abelha de sua frente e somente quando o risco lhe parece iminente.
O vai e vem continua.
Falta próxima da grande área sul-africana. O público se agita. Não mais que Galvão Bueno. Daniel Alves se prepara a cobrança de falta à la Cristiano Ronaldo. Caminha de costas, ensaia um moonwalk, abre as pernas, as flexiona, alivia a assadura. Pára. Termina a preparação ridícula, risível e passível de críticas - que não são feitas pelo perigo da falta: seria vergonhoso se depois do deboche viesse o gol.
Um rapaz, o mais próximo da TV, prevê:
- Vai entrar no canto esquerdo rasteiro.
Aponta.
Daniel Alves é mais preciso que a intuição e acerta próximo do ângulo. Todos comemoram, à sua maneira. Muitos pulam.
O lateral da seleção vibra, pensa em tirar a camisa, mas se contenta em levantá-la, mostrando a tatuagem no peito raspado, que já parece uma barba mal feita. Precisa de novo da navalha. Não parece sentir frio, apesar do inexplicável agasalho que leva no pescoço.
O da previsão se vangloria e redime.
- Falei que ele ia bater daquele lado...
Alguns minutos passam. Pressão da África. A bola quica próxima da área brasileira. Galvão Bueno insiste: "tira daí, tira, tira!". Riem.
O futebol é universal. Une desconhecidos, faz amizades de infância em segundos. Transforma um país carente numa nação em unidade...
Passam duas meninas.
- Foi gol.
- Foi? De quem?
- Não sei.
- Gritaram. Deve ter sido do...do...
- É, do...
Paradas e curiosas não reconhecem a camisa amarela. Calam-se e continuam a andar.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Só vocábulos, glossário sem verbetes
Apêndice: minha relação com as palavras obrigadas e os companheiros da jornada
Eles superlativam o que eu dinivizava. Em quase todos vejo a infelicidade que abomino, o relacionamento matrimonial que desprezo e a saúde que repudio. O romantismo do ofício me parecia épico, tanto quanto a alucinante pressa. Parecia. O crime não compensa e a pena parece perpétua. Nos intermináveis momentos diários, os ponteiros do relógio se alinham e trepam, as horas se proliferam. Um martírio. Cada ponto final é um suspiro.
Produzo aquilo que já fizeram. Reproduzo. Sem coito e sem prazer. Pincelo inesgotavelmente o desinteressante. Não me orgulho daquilo que exponho. Diriam os profissionais que 'chupo'. Prevejo. Sugo.
Sou uma peça qualquer numa engrenagem que me enoja, sustentada na produção da miséria de jovens intelectualmente miseráveis. Meus erros, os gritantes (um deles, especialmente, me vem à cabeça diariamente)... meus erros são indiferentes, imperceptíveis.
As matérias, como peças publicitárias, brigam por uma olhadela. Reinam os imperativos.
Não vejo os fatos, não os comprovo nem posso, sei deles ao longe e, o que é pior, de outras línguas, em outras línguas. Não há exclusividade nem exclusiva. Não sou imprescindível. Sugo o que leio, não saio às ruas, não entrevisto.
Meu heterossexualismo e o moralismo púdico na ambiguidade a seguir que me perdoem, mas não aguento mais só chupar e não dar o furo.
Inspiração
"Afinal, tenho (...) aquele grande buraco vazio de lugar nenhum. Vou lá para me sacrificar, mutilar as horas, assassiná-las. As horas devem ser mortas. Enquanto você está esperando. As horas perfeitas são as que passo nesta máquina. Mas você tem que ter horas imperfeitas para ter as perfeitas. Você tem que matar dez horas para que duas vivam. O que você tem que cuidar é para não matar TODAS as horas, TODOS os anos... Estar perto da morte é energizante". Charles Bukowski.
A única maneira que encontro de persistir no insuportável.
Me identifico assombrosamente com o autor, se considerando, um: a morte a não-vida em todos os vários seres humanos que abomino, e, dois: 'aquele grande buraco vazio de lugar nenhum' o presumível suor em vão gerado.
Em outras palavras, longa vida ao "Seuiderval..."
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Adeus, Cuca
Acabo de oficializar para mim mesmo: Cuca não é mais técnico do Flamengo. Nunca acreditei que um grupo de jogadores entrasse em campo pensando em abrir as pernas para o técnico ser demitido, mas as evidências tentam me convencer do contrário.
Primeiro porque o Flamengo não é fraco o suficiente para perder de goleadas avassaladoras para Sport e Coritiba. Mas principalmente pelo seguinte: seis jogadores do Flamengo resolveram fazer uma vaquinha para pagar o salário do jogador Alex Cruz e mantê-lo no grupo. Só que o jogador foi dispensado pelo técnico e agora foi reintegrado ao elenco, com o aval da diretoria.
Imagino que tal afronta ao treinador, após a revelação de que ele não é querido pelo vice-presidente, tem o intuito de irritar o comandante ou pelo menos fazê-lo se fingir de nervoso para pedir o chapéu e ir embora com a pouca dignidade que lhe resta.
Normalmente, Cuca não faz contratos com cláusula de rescisão (conforme ele afirma), o que me leva a crer não se tratar de uma intenção de que a despedida seja a custo zero.
Dentro de algumas semanas ou dias, quando Cuca assumir o desemprego, o técnico integrará uma lista histórica do Botafogo, a dos profissionais que traíram o clube e terão sub-vida no futebol após a infeliz decisão.
terça-feira, 16 de junho de 2009
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Sei que é covardia, mas...
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Cuca tenta, mas não perde o Carioca
Não houve um campeão carioca. A fragilidade do derrotado Botafogo se sobrepôs ao mérito do vencedor Flamengo. A equipe que o rubro-negro derrotou tinha somente onze jogadores decentes em todo o elenco - e dois deles não jogaram. Reinaldo era a única opção que Ney Franco tinha para escalar ao lado de Victor Simões e Maicossuel o único atleta alvinegro capaz de ser decisivo numa final, mas, lesionados, ambos desfalcaram o Glorioso.
O Flamengo de Cuca derrotou um esboço. Repetiu os erros que o mesmo treinador cometeu quando treinava o Botafogo e se tornou vice-campeão Carioca por duas vezes consecutivas. Novamente, o técnico impôs a seus comandados uma postura covarde, a qual é incompatível à paixão e a gana da torcida flamenguista.
Cuca foi agraciado pela competência alheia – o heroísmo de seu goleiro. Apesar de Bruno e Renan serem igualmente meninos, o do Flamengo é extremamente competente e infantil somente no absoluto descontrole emocional, enquanto a inexperiência do arqueiro alvinegro é muito mais grave por se tratar de completa inaptidão.
A conquista rubro-negra é, portanto, um alento. Imagina-se que seu treinador dificilmente termina o ano no cargo que ocupa: é uma questão de tempo a relação se tornar insustentável.
Para o Campeonato Brasileiro, o Flamengo deve se preparar para enfrentar algo a que não foi apresentado no Carioca: times.
O perigo de ler somente a manchete II
domingo, 14 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Saudosismo católico
O enforcamento vem de longa data. Talvez seja homenagem aos velhos tempos da Inquisição.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
A ficção documental do Tropa de Elite
As informações são arremessadas na tela, agressivas como o enredo da película. O vômito de informações paradoxais desta obra espetacular vão do ‘bandido com consciência social’ à eleição do responsável pelo caos da sociedade.
Tidos como os grandes vilões da cidade estão os moradores de Leblon e arredores. São eles a ponta do problema – a qual não tem se transformado em fumaça (literalmente), como pode-se presumir pela associação óbvia do que fazem: fumar além do cigarro.
Um espectador mais cético sairá do cinema sem uma opinião formada e o esboço dela absolutamente indefinido. É preciso se concentrar e não se ater somente aos estrondos das metralhadoras e das composições musicais dos bailes funk, ambos registrados generosamente.
O roteiro inspirado no livro de um ex-policial e redigido por diretores tradicionais traz o antagonismo enraizado em sua confecção. Desde o papel as idéias se distorcem em diferentes ângulos.
Quando um deles se reúne com os seus (fora dos quartéis), estabelece a erva daninha da sociedade. Para o outro, no seio de sua ‘classe’ e em ambiente propício às suas inspirações alucinógenas, trata-se somente de erva - sem seus efeitos nocivos.
Portanto, as verdades do Capitão Nascimento não espelham necessariamente a opinião dos homens que lhe deram voz. Pelo contrário, muitas vezes podem ser um tímido deboche. O personagem, magnificamente interpretado por Wagner Moura, é o ódio personificado. Para uns, representa toda a raiva de um ser humano e todo o erro. Para outro é alguém que enxerga o cerne da patologia sociológica, mas escolhe a pior forma de liquidar tal anomalia. Seja quem for o Capitão Nascimento, ele merece ser apresentado ao público.
Um muito prazer! (meramente protocolar)
*trabalho para faculdade (o que explica a descontextualização do texto).
La porra
O jornal Marca fez uma matéria sobre a "porra de la Copa das Confederaciones". Imagina só se eles vissem a "mierda de lo Campeonato Carioca".
terça-feira, 2 de junho de 2009
Pauta do Fantástico de Domingo
Zeca Camargo, com sua cara pouco convincente, e Patrícia Licença Poética, com seu rostinho de ex-aluna da PUC, chamarão as seguintes notícias:
"Sonho acabado" (Essa O Globo já fez)
Sobre casal que embarcava no voo AF 447 em lua de mel. Vão explorar o choro dos sogros e dizer que marido e mulher sonhavam em dormir de conchinha em Paris.
"Ainda bem que não fui"
Vão descobrir um jovem carioca, que mora na França. Ele comprou passagem de ida e volta antes de vir ao Rio de Janeiro. A palestra que aqui assistiria foi adiada e por isso não utilizou a passagem do voo AF 447. Ele agradecerá à Deus o adiamento, vai dar um abraço tímido no palestrante atrasado (por quem o repórter implorou a presença).
Na reportagem, mamãe ao seu lado, chorará e lhe dará um beijo, muito emocionada pelo "milagre" que o Senhor lhe encomendou.
"O pesadelo"
Mãe de defunto lamentará que sonhou com a tragédia do AF 447. Ligou para o filho e pediu para que ele não entrasse naquele avião, mas ele, muito cético, a mandou tomar no cu. Mamãe usará outras palavras para se referir as aspas do filho.
"O gringo"
Senegalês, gesticula os dois braços e franze a sobrancelha constantemente. Parece imitar uma galinha e repete 'gluglu' em tons diversos. A tradutora, no entanto, afirma que ele viu uma gigantesca massa se despedaçando, em chamas, pelo ar. Cinegrafista não consegue evitar a aparição de criancinha senegaleza, que pula eufórica para acenar para a câmera.
* Desde ontem previ algumas destas matérias. Várias delas já foram publicadas no O Globo em versões minimamente modificadas. Mas é na televisão que se revela o brilhantismo do jornalismo. Aguardem.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Maldição alvinegra
Jonílson - saiu do Botafogo, sumiu no Japão, sucumbiu no Cruzeiro e foi detestado no Vasco.
Dodô - traiu o Botafogo e foi suspenso pela FIFA.
Diguinho - traiu o Botafogo e apanhou de torcedores do seu novo clube.
André Luis - quis dobrar o salário, fingiu ter propostas e acabou no Barueri.
Lucio Flávio - saiu para o Santos por querer altos salários, não jogou nada lá. E o maior castigo: voltou ao pavoroso Botafogo, de Tony e Jean Coral.
terça-feira, 26 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Eleja a pior notícia
domingo, 17 de maio de 2009
Estupendas perguntas estúpidas I
Renan faz excelente partida no jogo entre Botafogo e Corinthians (com Ronaldo em campo). Ao fim do jogo, o repórter Fernando Saraiva, muito pertinente, faz a seguinte pergunta:
- Renan, você é muito jovem... eu tô vendo até que você tem muitas espinhas... você exagerou no chocolate?
Clique aqui para ler a crônica do jogo
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Entrosamento
Não é de se estranhar a intimidade demonstrada por dois jogadores da equipe vencedora: Pinto e Busquets.
Dão-se bem desde tempos imemoriais.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Licença política
Simultaneamente, a doença lhe vitimiza (um político desce de seu pedestal para sofrer) e lhe glorifica caso sua força de vontade (e a quimioterapia) se sobreponham ao câncer. Seu poder seria tão fantástico quanto o de um homem comum – e incrível somente por ser como outro qualquer – que superou e ajudou a derrubar, de martelo na mão, um regime. Ambos apresentam um estereótipo – nem sempre honrado na prática.
É inútil o esforço de tentar fazer com que o povo VEJA (com o perdão do trocadilho) revelações comprovando imundas relações entre tumor e candidatura. Ao Seu João e a Dona Maria, imensa maioria populacional e votante, a análise se limita ao ser humano. Uma mulher, recuperada, heroica e solidária (o PAC que o diga) é tão magnânima quanto um torneiro mecânico comunista, barbudo e amputado. São pessoas a quem se pode oferecer o ombro, o abraço e o voto.
Queira se acreditar que o anúncio do câncer da ministra seja uma maneira de se dar merecida satisfação à população. Mesmo que não seja, pouco importa: a doente valeria tanto quanto valeu o socialista.
terça-feira, 28 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
JB
sábado, 11 de abril de 2009
Monopólio
Aos quatro anos, fugia à regra fazendo amizades com as meninas de sua turma. Insinuavam os demoníacos coleguinhas que fosse homossexual - usando palavras e expressões muito menos cordiais.
Num desses dias de aporrinhação, ao chegar em casa, pediu ao pai que traduzisse tudo o que tinha ouvido e imaginava ser ofensas: agasalhar o croquete, dar ré no quibe e tantas outras coisas que o relacionavam a comidas indigestas certamente não seriam elogios. O pai ficou revoltado, fez questão de desmentir as sugestões, sem querer ou conseguir admitir o que diziam. Para afastar, definitivamente, o pupilo da tenebrosa hipótese, começou a cercá-lo do ambiente futebolístico, convicto de que aquilo o afastaria deste lado negro e do lado negro de outrem.
Na primeira partida para a qual foi levado, o jovem já com seus sete anos, viu alguns bárbaros gritando roxos para uma senhora de amarelo que esticava uma bandeira. Diziam palavrões intercalados pelas palavras impedido e impedimento. O jovem perguntou ao pai do que se tratava. O velho tentou responder, mas se embolou com a regra que é muito mais fácil na prática do que na teoria. Transcorrido algum tempo e mais íntimo do futebol, o garoto aprendeu sozinho.
Para a felicidade do pai e contrariando as previsões daqueles amiguinhos maldosos, aos 11 anos o rapaz já namorava as menininhas da escola. Uma das namoradinhas tinha uma coleguinha mais assanhada. Os amigos mais salientes sugeriram que tentasse um menáge a trois. Na hora concordou fingindo entender, mas de noite foi aos ouvidos do pai, contextualizou a história e pediu uma explicação. O coroa não achava a tentação muito digna, gaguejou, foi reticente e impreciso.
Ao longo dos anos, situações semelhantes foram se reproduzindo. Nunca o senhor conseguia satisfazer os desejos empíricos do menino. O momento pelo qual o pai ansiava tardou, mas não havia de falhar.
Era dia de clássicos pelo Brasil, os campeonatos regionais se aproximavam do fim. O garoto tinha 15 anos e estudava para a prova de recuperação de Geografia. Não pôde ir para o jogo do seu time e o pai não deixou que chegasse perto da TV para sintonizar nos canais da única rede de emissoras detentora dos direitos de transmissão dos campeonatos estaduais. A empresa, dona do conglomerado, escolhia os jogos que ofereceria ao público e nenhuma outra poderia passar nada de diferente naquele horário.
O pai assistia televisão deitado no quarto do casal, contrariado ainda não se sabia o porquê. O garoto invadiu o recinto para fazer uma pergunta sobre a lição, queria que lhe explicasse o que significava monopólio.
Papai saiu da posição horizontal e se sentou. Pensava na resposta antes do questionamento. Tomou a televisão como objeto de estudo e apontou para ela. Antes de começar a explicação desligou o aparelho. Falou pausadamente:
- Botafogo e Vasco no Maracanã. São Paulo e Corinthians no Morumbi. Inter e Grêmio no Beira-Rio - voltou a ligar a TV, esperou a imagem ficar clara, fez suspense e concluiu:
-Barueri e Mirassol no SporTV.